sábado, outubro 07, 2006

Tempo

"For what is time? Who can easily and briefly explain it? Who can even comprehend it in thought or put the answer into words? Yet is it not true that in conversation we refer to nothing more familiarly or knowingly than time? And surely we understand it when we speak of it; we understand it also when we hear another speak of it.

What, then, is time? If no one asks me, I know what it is. If I wish to explain it to him who asks me, I do not know. Yet I say with confidence that I know that if nothing passed away, there would be no past time; and if nothing were still coming, there would be no future time; and if there were nothing at all, there would be no present time.

But, then, how is it that there are the two times, past and future, when even the past is now no longer and the future is now not yet? But if the present were always present, and did not pass into past time, it obviously would not be time but eternity. If, then, time present--if it be time--comes into existence only because it passes into time past, how can we say that even this is, since the cause of its being is that it will cease to be? Thus, can we not truly say that time is only as it tends toward nonbeing?"

Santo Agostinho de Hipona, Confissões, Livro 11 cap. XIV. (Traduzido e editado por Outler, A.C, 1994)

Qual a imagem que podíamos atribuir ao tempo?

O Tempo é algo que está profundamente ligado à arqueologia. A noção que aplicamos de tempo afecta profundamente o nosso trabalho.
O exemplo mais fácil é a distinção entre datação absoluta e relativa.
O próprio modo como se trabalha com qualquer destes tipos de datação (e o saber trabalhar com as datações) condiciona o modo como chegamos a determinados resultados.
Todos sabemos que a periodização e o sistema das Três Idades conduziram a uma visão redutora do passado que condicionou a arqueologia moderna, conduzindo-a numa narrativa evolucionista, numa linha que desembocava na civilização.
As perguntas que eram feitas em Pré-história tinham haver com "a Origem de".
Ao mesmo tempo os períodos eram vistos como entidades quase estanques, encerrando-se as pessoas em cercas de tempo, pulando-se de etapa em etapa. Ontem fui Neolítico, hoje Calcolítico, amanhã...
Pensar o Tempo como uma linha tem muito que se lhe diga.

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