segunda-feira, abril 18, 2005

Dia do Antigo estudante

Hoje celebra-se o dia do Antigo Estudante de Coimbra.
É uma iniciativa daquela que foi a nossa casinha durante alguns anos, enquanto nos formávamos.
Infelizmente o dia grande é numa segunda-feira, dia em que dou aulas em Tomar. Não pude assim juntar-me aos antigos colegas.
Da organização fiquei só com uma pequena dúvida. Não sei também como é que se processou a questão da escolha das comunicações. Do ano em que eu entrei não estava ninguém como comunicante, embora saiba que estão muitos a trabalhar e que alguns por certo poderiam apresentar alguma coisa.
Não sei se foi por convite pessoal ou se foi enviado um pedido geral de apresentação das comunicações.
Se foi tomada a 1ª altitude parece-me mal. Faz-me lembrar as poucas coisas menos boas que por vezes se assistem numa lógica de filhos e enteados. Mas posso estar errado.
De qualquer modo o melhor de tudo é sem dúvida o espírito que reinava naquele instituto. É talvez a sua melhor marca, que servia de condição à formação.
Olha com saudades esses tempos de Coimbra, sobretudo porque muito da mística que envolve aquele palácio se liga com o ambiente coimbrão.
E depois lembro-me dos tempos da DG/AAC, das noitadas de agenda em frente ao Macintosh com o António Silva, de distribuir panfletos à entrada da Faculdade, dos Órgãos de gestão e do Urbano, das actuações com os In Vino (olá Artur),da residência na António José de Almeida (a malta mais impecável e excelente que conheci).
E as escavações com (vulgo) a Raquel e com o Domingos:
Que Saudades de Idanha. De ver Monsanto da Moreirinha. Das piadas sobre o ar condicionado, naqueles dias em que o calor apertava e o xisto do Monte do Trigo queimava.
Dos passeios por Vila Nova de Paiva. De Juncais, Queiriz, Castenairos. Dos jantares no Moinho e no Trapalhao, a comer por vezes uma bela peça de vitela de Lafões e a beber vinho do Dão. O trocar piadas sobre o Sporting.
E aprender, aprender muito de arqueologia e não só. A verdadeira Universidade que nos formava para a vida (começar a preparar os 1ª congressos e iniciativas, as publicações, mas também as amizades e as rivalidades, a democracia, o justo e o injusto, tornar-se alguém num sentido tão vasto que não cabe aqui).
Que belos dias foram os dias de Coimbra.
Não sei como foi o dia do Estudante, mas estes foram os meus dias de estudante naqueles dias.

domingo, abril 10, 2005

Viseu

O Colóquio "Espaço da Pré-história do Centro e Norte Peninsular" foi impecável.
Não tive oportunidade de assistir ao 1º dia, mas o 2º posso-vos garantir que teve comunicações bastante interessantes.
Ao mesmo tempo serviu para ver que há novidades em arqueologia que não passam só pelo caquinho novo, pela sítio mais recente, ou seja pelo paradigma da descoberta.
A novidade está mesmo no plano das ideias.
A intervenção inicial do Vítor Jorge e do Chris Tilley parecem ter sido estimulantes (pelo que ouvi).
A discussão masi interessante não deixou de ser a do espaço.
A visão de paisagem, de cenografia, de espaço, era de facto a mais valia que poderia ali dar o slato para algo mais.
A pré-história vai por certo passar por aí.
Trata-se não de uma reconstrução da história da carochinha, mas sim do exercicio estimulante do pensamento, das ideias.
Parabéns para a malta do CEPBA e não percam esse ânimo que sempre vos caracterizou.
Quem conta é quem esteve e para quem esteve contou ;)

Arte no Porto

Está nos Maus Hàbitos do Porto uma exposição pela que tenho um carinho especial.
É uma malta nova, engraçada.
Um grande abraço e votos de sucesso ao Didi Vassi e ao resto da malta

quarta-feira, abril 06, 2005

"A estilista da Morte"

Já estou um pouco farto de receber o email com o vídeo da Fátima Lopes.
Para além de ser um vídeo piegas, feito com o claro intuito de chocar, é spam que chega ao meio correio sem pedir licença e que percorre a net de um modo desvairado.
Por um lado, as aproximações à Etologia (nomeadamente a visita do Dominique Lestel aqui ao Porto) perimitiram-me ver os animais de outra forma. Não me tornei no entanto vegetariano.
Aliás ainda esta semana lá fui a Fátima ao Boi Preto (passe a publicidade) comer 12 (doze) tipos de carne diferente, provenientes de uns outros tantos tipos de animais.
Se chorasse ao ver os corações de galinha, seria de contentamento por imaginar aqueles pedacinhos suculentos na minha boquinha (hmmmmmmm!!!).
Já imaginei fazer um pequeno vídeo resposta. Seria fácil. Eis o story board
Plano 1 -Galinha presa num terreiro (música dramática)
Plano 2 - Um tipo gordo com mau aspecto refastela-se com um churrasco num bar de camionistas (mesma música drama a puxar pelo sentimento)
Plano 3 - Matança de galinhas em aviário (mesma música)
Plano 3 - Sangue a jorrar (corte dramático na música - silêncio)
Plano 4 - Churrascos no Modelo e Continente (outra música ainda mais melodramática)
Plano 5 - Fumo a sair de uma chaminé do grelhador das Antas
Plano 6 - Fundo Negro e mensagem " Já pensou no que matou hoje"

Politicamente correcto...

Após os terriveis acontecimentos recentes (Shoa, Ruanda, Terror Khmer) a nossa sociedade busca o fim do sofrimentos.
Oxalá assim conseguissemos.
Agora parece que nos voltamos por vezes um pouco loucos nesta luta, quando apontamos baterias ao fim de todos os sofrimentos, de todo o género, em todo o lado.
(Pensamento Zen: Será que a pedra sofre quando se parte?)
É um sintoma de outro tipo de loucura que aponta para outro lado.

terça-feira, abril 05, 2005

WebSIGando

Tinha ficado prometido no último post e aqui vai.
Os WebSIG em Tomar:
TEMPOAR: http://websig.gt.estt.ipt.pt/Tempoar/viewer.htm
MomentPAst: http://websig.gt.estt.ipt.pt/momentpast/viewer.htm
EuroPreArt: http://websig.gt.estt.ipt.pt/Europreart/viewer.htm
Já agora todos os comentários são bem vindos.
Esta tecnologia ainda está a ser explorada.
As suas aplicações desde o FieldMapping até à participação dos cidadão (processo de consulta, sugestão de locais de interesse, etc) não foram ainda sequer afloradas.
trata-se de um campo de investigação futura que teria interesse em ser implementada a nível da tutela do Património. Fica a sugestão.

sábado, abril 02, 2005

Novas Tecnologias - Velhos Hábitos?

E cá estamos em mais um final de semana.
Os cursos de formação contínua já começaram. Não deixo de ainda estar perplexo por o curso de reconstituições tridimensionais não ter completado o número de vagas.
Já tentei analisar várias explicações possíveis, sendo que a que se assumo como mais provável é a falta de dinheiro. Mas 100€???? Para um curso destes?? Será que é muito?
Será que falta o interesse por esta temática?
Sinceramente não sei. Parece-me que a comunidade arqueológica está a acordar para o mundo das novas tecnologias e para as suas possibilidades. O recente anúncio de BIC (bolsas de iniciação à investigação científica) por parte do IPA parece ser disso sinal.
Aliás a este respeito penso que o IPA tem vindo a demonstrar uma cada vez mais abertura e interessa pela área, o que no caso concreto da Gestão do Património, pode vir a ser muito proveitoso.
Em breve darei notícias sobre os nossos WebSIG’s que estão a funcionar aqui em Tomar.
A dúvida fica no entanto lançada para que se possa debater um pouco esta questão. Até que ponto é que os arqueólogos portugueses estão susceptíveis a utilizar novos métodos e técnicas passando a utilizar novas tecnologias? Qual é o panorama actual da sua utilização?
O britânico ADS (Archaeological Data Service) costuma fazer inquéritos regulares sobre esta matéria. Talvez possa vir a ser um bom projecto de futuro para se desenvolver em conjunto com os alunos do curso de Gestão do território e do Património Cultural, cá em Tomar.