sexta-feira, dezembro 22, 2006

Feliz Natal

Estarei ausente para uma breve pausa de Natal
Prometo regressar em breve, com novidades, nomeadamente da sucesso que foi o TAG em Exeter. Também o recente relatório da OCDE e o novo modelo de governação para o Ensino Superior, serão temas para novos posts.
Até lá Feliz Natal, e se não nos virmos antes Feliz Ano Novo.

domingo, dezembro 10, 2006

Memoria



Fonte: Wikipedia

"Había aprendido sin esfuerzo el inglés, el francés, el portugués, el latín. Sospecho, sin embargo, que no era muy capaz de pensar. Pensar es olvidar diferencias, es generalizar, abstraer. En el abarrotado mundo de Funes no había sino detalles, casi inmediatos."

Jorge Luis Borges, Funes el Memorioso

As tipologias, esses finos detalhes da memória que não chegam a nada. E que dizer das generalizações que delas saiem...

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Não Discutir II - Não ter medo



Manifestação da oposição democrática (1958)
Fonte: You Tube

Perante todo o clima que existe hoje em Portugal vejo o regresso do medo. Testemunhei-o directamente enquanto delegado sindical. Perante o cenário de despedimentos as pessoas preferem tapar os ouvidos, fechar os olhos, tapar a boca. Como se uma arma estivesse apontada à sua cabeça e a sua única reacção fosse encolher-se muito e de olhos fechados pensar "Oxalá não doa muito".
O comportamento é ridículo por duas razões, primeiro porque que eu saiba ainda vivemos numa democracia, segundo porque da mesma experiência depreendi que o medo era absolutamente infundado e devia-se a uma razão estrutural que vem do tempo destas imagens. Um país com medo é um país medíocre. Nesse mesmo país medíocre os sindicatos são vistos como algo parecido ao modo como o regime salazarista via a oposição democrática: arruaceiros.
Este é sem dúvida um país fechado que as pessoas com medo não querem abrir. Não querem abrir porque temem que venha quem é melhor, quem saiba mais, quem possa fragilizar o seu poder…
À medida que as Universidades iam fechando as suas admissões, alguns dos que tinham qualidade foram encontrando espaço noutras instituições. O azar de uns foi a sorte de outros. O sítio onde trabalho possui uma história assim. Lentamente foi-se construindo um departamento com gente capaz, com potencial e qualidade (neste momento quase todos defenderão a sua tese de doutoramento ainda este ano). Aconteceu o mesmo com as empresas de arqueologia, muitas formadas por pessoas extremamente capazes e de enorme potencial.
Ouvi dizer que na FLUP os alunos manifestaram-se contra as reformas de Bolonha por este vir a ser o fim da arqueologia por lá. Para quem conhece o esforço que a escola do Porto desenvolveu para montar um projecto sério, isto parece incrível.
O que antevejo como cenário para a arqueologia no Ensino Superior não parece nada de bom. Sentados no seu lugar confortável muitos nunca ligaram à importância das redes europeias, à contratação de gente inovadora, etc etc. Quanto muito importaram-se por conseguir mais poder. Outros com vontade viram-se manietados pelo lastro. Agora...

domingo, dezembro 03, 2006

Advento

Estava a chegar a casa, após a minha volta-reflexão habitual dos Domingos quando perto da minha porta me deparo com o cenário: Um pai natal preso por uma corda à entrada de uma loja.
Nâo sei o que levou aquele Pai Natal a tomar tal medida drástica de por fim à sua vida. O seu suícidio pode até ser a prova para alguns de que de facto existiu.
Não sei se é um fenómeno exclusivo de Portugal ou se o Pai Natal está a suicidar-se um pouco por todo o mundo.
Será o sinal face à crise económica? Será por causa do sentido que toma este mundo? Será devido ao Iraque e ao Médio Oriente? Achará ele que foi enganado pelos meninos a quem deu prendas por se portarem bem em tempos e que agora se demonstram ser uns sacanas sem escrupulos ávidos por questões mundanas? Terá ele sentido que falhou?
Não sabemos, mas esperamos pelo anuncio da Vodafone deste ano. Talvez tudo faça parte de mais um happening publicitário.
Ou talvez o Pai Natal, depois de ter enveredado por uma vida de excessos conduzida pela fama, tenha entrado em depressão, e após se ver dependente de Paroxetina, tenha finalmente decidido a acabar com tudo, de modo público como denuncia do que o levou a tal acto.
No meio de todo o reboliço que se tornou este mundo excessivo, parece-me que surge a oportunidade para o menino Jesus. Afinal começa a parecer que apenas ele nos pode salvar do que matou o Pai Natal.