segunda-feira, outubro 09, 2006

Stonehenge: Making Space


Fonte: You Tube

Stonehenge reflecte um centro da Britanidade.
Nos finais dos anos 80 e durante os anos 90, o sítio foi também um foco de tensões que inspiraram um dos mais interessantes livros de Barbara Bender (1998).
Houve uma clara confrontação (que envolveu uma enorme força policial) entre o sistema e a sua visão vs a chamada multiculturalidade (pela data, o vídeo demonstra como esta última acabou por vencer).
Perceber esta confrontação, as suas ligações políticas, o seu contexto, é também perceber grande parte do confronto entre o que foi apelidade de arqueologia processual vs arqueologia pós-processual.
Creio que hoje já começamos a ter distância suficiente para analisar tudo isto.
Do meu ponto de vista esta confrontação teve o seu tempo e hoje assistimos mais ao nascimento de uma diversidade de ideias que dificilmente pode ser enquadrada numa única linha.
Creio mesmo que a "dwelling perspective" é algo que começa a afastar-se de qualquer pós- como um todo. A sua ligação com a fenomenologia abre caminho a um discurso que sabe ultrapassar a dicotomia sujeito/objecto, nomeadamente através dos conceitos de Ontico e Ontologico.
Infelizmente vejo que no futuro muitos irão legitimar o poder da sua visão pelo seu conhecimento de Heidegger (considerando-se supostamente superior aos demais). Para esses gostaria de lembrar que Heidegger é também a apologia da possibilidade, sendo que se houve algo que claramente ganhamos da pós-modernidade foi o sabermos que nenhuma visão se deve impor sobre outra.
Saber crítica sem impor é uma prova de inteligência. Sabermos viver em comum é um prova de maturidade.
De Stonehenge podemos neste caso tirar uma grande lição.

BENDER, B. (1998) Stonehenge: Making Space. Oxford: Berg Publishers

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