segunda-feira, janeiro 17, 2005

Fenómeno

A Fenomenologia está cá e para ficar. Quem tiver lido Ingold, Shanks, Thomas, Tilley, verifica como Heidegger, Husserl, Merleau-Ponty estão de moda e abrem caminho à experiência enquanto fenómeno.
O passado está-se a abrir nas portas da percepção.Mas é curioso como o mesmo passado se fecha à percepção de que há já outras galáxias que cintilam.A fenomenologia é também um óptimo pretexto para a abertura dos meios, a transformação dos códigos, a mudança da Matriz.
A experimentação da coisa, é algo que varia segundo a mediação da mesma.

Este foi um fim-de-semana de fenómenos no Porto.
Em primeiro lugar Dominique Lestel. Foram muitos os que perderam a estadia deste pensador (no sentido total).
Veio-nos abrir a porta à compreensão do artefacto, de um outro modo, como se de um organismo se tratasse.
Depois pela antestreia do Documentário “O sítio de Castelo Velho” de Catarina Alves Costa.
A Catarina é um fenómeno que transmite os outros aos outros, mediada por uma câmara.
Restringi-la a um produto seria atá-la de um modo catastrófico.
Com o seu trabalho ela demonstra-nos que o meio não se restringe a uma só voz (texto) e que a arte é também ciência.
Pelo meio houve o lançamento de mais uma obra: “Conservar para Quê?” – edição DCTP FLUP / CEAUCP, no seio de uma instalação (“Chronos”) de Danilo Pavone.
Quem assistiu a tudo, pode bem aproveitar e reflectir sobre a castração-escrita. É que depois de ver a profusão da experiência pela multiplicidade de meios, vemos que este é ainda um mundo pobre para os que ainda não se libertaram da Galáxia Gutenberg.
E não adianta arrastar com a dicotomia arte/ciência. Fenomenológicamente é a abertura da experiência. Pragmaticamente: Abram os Olhos!!!!!!!!!!!!!!!!!

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