sábado, maio 05, 2007



Podemos aqui ver o plano curricular da Licenciatura em Técnicas de Arqueologia. Ele é variado, dando uma formação de base alargada, mas onde se pode ver a preocupação com a técnica (eu diria que mais do que a técnica existe a questão da Technê). Para além do plano curricular existe também a preocupação com a inclusão de outros elementos académicos, nomeadamente a questão dos trabalhos de campo que se desenvolvem todos os anos, em variados locais.

9 comentários:

Anónimo disse...

Simplesmente genial... Espero que os conteúdos leccionados sejam tão bons quanto o programa parece fazer crer. Feliz notícia esta... :)

Gonçalo Leite Velho disse...

Olá Alexandre.
Fica também uma outra deixa: as disciplinas utilizam o sistema de e-learning que implementamos no IPT (www.e-learning.ipt.pt).

Anónimo disse...

E a frequência a essas disciplinas através da plataforma de E-Learning merece algum crédito académico? Ou seja, é emitido algum diploma ou pode ser enquadrado no âmbito da formação contínua dos profissionais?

Gonçalo Leite Velho disse...

O e-learning funciona como um sistema de apoio à licenciatura. Cada disciplina (das várias licenciaturas do Politécnico) possui um site na plataforma. Trata-se de um complemento.
As funcionalidades são várias e vão do simples repositório de conteúdos, a trabalhos, testes...

Anónimo disse...

Seja como for é uma excelente ferramenta. :)

pedrinha rolante disse...

Parece-me um programa que por um lado foca aspectos (sobretudo técnicos) que nas actuais licenciaturas em arqueologia não são contemplados e são de grande importância (ex: as ciências como biologia, geologia,as técnicas laboratoriais,a informática etc,) porém em termos teóricos penso que há alguma lacuna nas diferentes épocas históricas que a arqueologia abarca, nomeadamente não vejo quaquer referência à época medieval tão representativa em Portugal! Torna-se complicado fazer um tratamento laboratorial de materiais o matérias sem o seu conhecimento teórico.
Mas não posso esquecer que estamos a falar de ensino politécnico, que é mais direcciondo para uma vertente técnica.
No entanto, todas estas novas contribuições para arqueologia portuguesa são bem-vindas.

pedrinha rolante

Gonçalo Leite Velho disse...

Pedrinha temos de perceber o que é o modelo de Bolonha. No primeiro ciclo não se formam especialistas. Formam-se técnicos. A formação avançada (2º e 3º ciclos) é que permite que a pessoa se especialize.
Depois temos de perceber o que é isso do conhecimento teórico. Tenho muitas dúvidas sobre essa questão. Se o conhecimento teórico em arqueologia medieval é saber que no século XI existia uma ocupação diferenciada do território português, então temo que isso não seja conhecimento teórico mas sim conhecimento básico, passível de ser compreendido por qualquer um que estude o século XI (ainda que apenas escave, se é que é possível reduzir-se a tal).
Por outro lado temos de perceber o que é a arqueologia. O David Clarke afirmou (e bem) que a arqueologia é a arqueologia, é a arqueologia, é a arqueologia. Não é uma ciência auxiliar da História (algo que por vezes quem trabalha em arqueologia medieval tem dificuldade em lidar).
A própria periodização da arqueologia traz problemas (há quem seja especialista em arqueologia medieval e tenha pouco conhecimento do período de ocupação islâmico, por exemplo).
Em Portugal um dos principais centros de investigação da arqueologia medieval está ligado a uma escola profissional de arqueologia. Será que lhes falta saber?
E não vamos subalternizar o ensino politécnico. Ele tem características próprias. Mas também tem sido essas características que têm valido prémios Nobel. Em Portugal nenhuma instituição, nem Universidade nem Politécnico se pode gabar de produzir Nobeis. Mas o Politécnico de Zurique pode gabar-se de os ter (já para não falar no célebre MIT que é exactamente um centro de aplicação e desenvolvimento tecnológico).
Mas para casos de sucesso podemos também ver o Politécnico de Turim (sabe donde saem os engenheiros que concebem os Ferrari? Tecnologia de F1).
Um Politécnico não é uma escola profissional (embora em Portugal ainda se pense que é uma espécie de Escola Comercial avançada...).
Mas nós cá estaremos para marcar a diferença.

pedrinha rolante disse...

Talvez me tenha expressado mal.
Nem tão pouco estou a colocar em causa o ensino politécnico, tenho alguém muito próximo que frequentou o ensino politécnico na área de engª informática no Porto e que mais tarde ingressou num mestrado e actualmente a fazer doutoramento na FEUP e deu provas que a sua formação base em nada o diminui em relação a quem o fez por exemplo na FEUP.
Só penso que a componente mais "teórica" (se é que é o termo certo) deveria estar mais evidenciada no plano de estudos do curso. De resto nada tenho a apontar, aliás apenas a lamentar que uma série de componentes que nele existem não tenham existido na licenciaura em arqueologia que fiz!
Desejo felicidades ao curso e que constitua sobretudo uma nova etapa na arqueologia nacional.

pedrinha rolante

Gonçalo Leite Velho disse...

Pedrinha,

Eu só aproveitei algumas coisas do que disse para poder esclarecer questões sobre o ensino Politécnico. Não era uma questão de ataque e defesa e muito menos de ficar incomodado (quem me conhece sabe que raramente fico incomodado, ou perco este sorriso).
Os Politécnicos possuem dificuldades (nada é perfeito), mas tenho esperança em que possamos construir um projecto de futuro.