É verdade amigos. Estou de volta ao ciberespaço. Foi um interregno de meses, mas volto com novo vigor :D
Explico primeiro a razão desta pausa: estive 3 meses na escavação do sítio de Castanheiro do Vento (Horta do Douro, Vila Nova de Foz Côa). Foi um tempo muito duro mas também muito gratificante.
Gostaria de vos mostrar fotos mas... o meu portátil fez o favor de ter problemas, mais propriamente: o disco rígido entregou a alma ao criador, sob a forma de bad sectors.
Depois, foi todo o problema de voltar a engrenar noutro ritmo. Voltar a apanhar o passo da civilização. Demorei um mês!!!!
Mas eis-nos de volta. Não desisti. Sei que muitos blogs de arqueologia foram abaixo por desistência dos autores. O Gundisalvus no entanto, não acabou (embora este não seja um blog de arqueologia note-se).
Pensei muito nestes últimos dias por onde voltar a escrever neste espaço. São muitos os assuntos que me cruzam a cabeça. Estou a reler Mary Douglas Pureza e Perigo, grande obra de antropologia, e tenho reflectido sobre reconstrução, simulação, arqueologia, sociedade, enfim, muitas coisas que me atravessam a cabeça.
Mas penso que o interessante é sem dúvida os blogs. Pensei muito antes de voltar aqui a escrever. Olhava para a página como um filho abandonado a quem não sabia de que forma me aproximar para voltar a dar amor e carinho (o nurture inglês) a esta aventura que começou nem sei bem porquê. Aliás sei e esse é um bom caminho
Quando conheci os blogs achei que era uma onda. Eu não gosto muito de ondas (gosto no mar, na rádio..., mas não nas modas). Por isso estive um pouco afastado desta história.Depois por ouvir falar fiz uma busca na Internet, vi o que se ia fazendo e pensei:porque não?.
Tenho-vos a dizer que aquilo que considero mais gratificante da experiência é sem dúvida a prática da escrita. Penso que até já escrevi sobe isso aqui. Para mim que escrever resulta penoso (pelas regras todas e pela avaliação e por...) esta resulta como uma forma de libertação.
Nunca almejei grandes coisas com este blog. Fiquei até surpreendido por ter respostas de alguém. É que não estava à espera de grandes interacções e não divulguei por aí além este site pelos meus conhecimentos..
Mas a experiência da escrita resulta como de facto fascinante. Emociona-me escrever. Gosto. Gosto de pensar sobre a utilização destes pontos ou não, sobre os parágrafos, sobre as virgulas, sobre os dois pontos. É engraçado experimentar este código, enquanto isso mesmo: código. Uma matriz que se pode jogar a reordenar e a brincar.
O entendimento é diferido. Muitas vezes sei perfeitamente que o que escrevo se torna inteligível, mas esse facto para mim é estimulante. Tenho a confessar que escrever é para mim um acto diferente. Não escrevo para os outros, no sentido de traduzir o meu pensamento para alguém. Como acho que muito é perdido na tradução, prefiro fazer uma escrita do pensamento, ideias que correm no papel. É lógico que não é o meu cérebro e que logo existe uma tradução. Mas é o desenvolvimento do meu raciocínio nesse papel. Sem preocupações sobre o modo como ele está mais claro ou não. É como ele sai: a jacto. Apesar de reler depois para ver se não tem erros.Mas reler aborrece-me muito. É como repisar. É muito chato. Detesto reler-me. Corrigir-me é talvez do mais chato que pode haver. É como ter de meter a marcha atrás na estrada, quando estamos tão contentes a apreciar o caminho :)
Outra coisa a que me rendi absolutamente: os smileys e emoticons. Adoro esta comunicação. É tão essencial como a pontuação.
E é assim... estou de volta ;)
segunda-feira, outubro 17, 2005
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