terça-feira, janeiro 30, 2007

Durrington Wall (BBC News)



Lembram-se que em Setembro uma pequena equipa de portugeses participou na escavação de Durrinton Walls.
Bom, podem saber um pouco mais sobre o projecto através desta notícia da BBC.
Podem também ver o vídeo com a reportagem do noticiario da BBC.
O mais curioso é o modo como isto é transmitido. Nem o projecto de Durrington escapa ao acontecimento, à Arqueologia da Descoberta.
Notícia: Descoberta a aldeia onde viviam as pessoas de Stonehenge. O afã da cache...

sexta-feira, janeiro 12, 2007

um sucesso

O blog Trans-ferir está a ser um verdadeiro sucesso.
Está com uma média de 80 visitas por dia.
Dêm uma saltada por lá: Trans-ferir

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Extreme Archaeology



Fonte: YouTube

Bom, na mesma linha do Post anterior segue este vídeo.
Continuamos na mesma: A Arqueologia dos grandes mistérios da Humanidade em modo Cool. Este é o (ridículo) mundo em que viemos parar.

terça-feira, janeiro 09, 2007

Archaeology of Truth

Existe uma certa imagem do que é a arqueologia.
O Vítor Oliveira Jorge passou-me uma discussão interessante da lista do WAC (World Archaeological Congress). Um dos temas no debate era este vídeo:



Fonte: Google Video

Já tinha visto este programa no Canal História. Este vídeo é elucidativo do absurdo em que nos tornámos. Sem dúvida que escolheram um titulo deveras irónico para a série: "Digging for the Truth".
Uhuuuuuu man!!! Cooool!!!!!!!!!!!! I want to do that man!!!! Archaeology Rules!!!!!
Já agora no final do vídeo o individuo está a rir-se claramenta a gozar com alguém. Será connosco?

Greve - Strike (Britain 84-85)



Fonte: You Tube - Strike84 Images from the 1984 Miners Strike UK

Entre 1984 e 1985 a Grã-Bretanha assistiu a uma das maiores batalhas entre a esquerda e a direita. O governo de Margaret Thatcher decidiu retirar o apoio estatal à exploração mineira do carvão, decidindo privatizar o sector. Jogou forte num braço-de-ferro com os sindicatos.
Os mineiros representavam um estorvo perante a Nova Ordem da Nova Economia. As cicatrizes desta batalha ainda hoje se fazem sentir.
Esta batalha levou também a uma profunda reconversão do Partido Trabalhista (Labour Party). Deixando a sua base de grupos de pressão (sobretudo os sindicatos) o Labour partiu em busca da vitória nas urnas (ballot box). A ideologia socialista deu lugar a um New Labour, com a 3ª Via de Tony Blair.
Compreender o que se passou na Grã-Bretanha nestes anos serve como aviso para o que se ensaia no interior do espírito reformista português. As imagens da crise inglesa relembram-nos também o que se passou em Portugal em meados dos 80. O FMI, as greves, os despedimentos, os vidreiros da Fontela e da Marinha Grande, o distrito de Setubal, a Lisnave, a crise do governo PS-PSD...
As imagens das cargas policiais inglesas fazem lembrar aos portugueses que também há pouco tempo se agitaram bastões no nosso país. Não foi há muito. Ainda à pouco estavam frescas as imagens do bloqueio à Ponte 25 de Abril, das bastonadas aos estudantes em frente à Assembleia da Republica... também por aqui o poder da Nova Ordem impunha-se.
Lentamente os brandos costumes voltaram. O espírito foi quebrado pela imagem do bastão. A luta mudou de cenário. Ela é feita na T.V. como debate publicitário. Cada segundo conta, cada soundbyte.
E o que restou da luta dos mineiros ingleses. Bom, existe um artigo de um Centro de Investigação da Universidade de Sheffield que ajuda a compreender. Passados 20 anos a economia britânica ainda tenta recuperar desta mudança estrutural. As pessoas das minas não viram de modo nenhum a sua vida melhorar. A sua "reconversão" está ainda longe. A precariedade instalou-se neste regime do capitalismo fluido. A Grã-Bretanha da Revolução Industrial foi vencida pela globalização, mas os problemas mantêm-se estruturalmente num país dito desenvolvido (quem disse que por se ser primeiro mundo era tudo perfeito?).
Este foi o caminho da modernidade que abriu espaço à pós-modernidade.

A História é um campo de batalha, tal como as zonas mineiras da Grã-Bretanha, mas um campo de batalha é também uma lição. Fechar os olhos aos danos do reformismo Thatcher é no mínimo perigoso.
Nestes últimos anos Portugal reconverteu rapidamente a sua população activa da ruralidade aos serviços. A industrialização que conhecemos passou por locais como Vale do Ave, Cacia, S. João da Madeira, Marinha Grande, Setubal, Palmela, Sines. Tal como os mineiros ingleses ela encontra agora, 20 anos depois a globalização. Alguns chamam-lhe sina, outros fado.
A reforma globalizante vai mais além e é neste cenário que surge o Ensino Superior. Penso que graças a esta evocação compreende-se o que se passa também na Saúde, na Educação e nos demais serviços do Estado.
Era bom que se discutisse os assuntos de uma forma séria. É bom que se veja o que é a "reconversão" da economia. Já agora vejam a este propósito a obra "Commanding Heights" (existe também uma adaptação a série/documentário pela PBS). Apesar de ser basicamente propaganda corporativa ela ajuda a compreender que nada do que foi e está a ser feito é inocente. O destino de um certo Portugal parece estar marcado. Os custos...

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Trans-Ferir



Fonte: YouTube

"Space, the final frontier. These are the voyages of the starship Enterprise. Its five-year mission: To explore strange new worlds. To seek out new life and new civilizations. To boldly go where no man has gone before."
Star Trek (retirado de WIkipedia)

Depois de uma mais ou menos longa ausência, eis me de regresso.
Nunca liguei muito à questão do Ano Novo. Sempre vi o calendário como algo estranho, imposto. Ligo mais à mudança das estações do ano que acabam por formar, essas sim, o meu calendário.
A frase "Ano Novo, vida nova" sempre me pareceu apenas uma expressão de vontades, um processo de intenções. A consideração sobre a mudança de vida ajuda a ilustrar também um pouco a noção que tenho de calendário. Lembro-me por exemplo de como a minha mãe a cada Primavera decidia mudar a disposição dos móveis, afirmando "Isto agora vai mudar cá em casa". A intenção era boa, mas com o fluir do tempo... a peça seguia e apenas o cenário mudava. Também a cada ano lectivo lá apareciam os novos livros, os cadernos, as canetas, tudo muito organizado em Outubro, para logo se começar a perder Outono a dentro.
A meia-noite que marca a passagem do ano, sempre me pareceu apenas a desculpa para uma noite de festa. Os votos e os desejos que nesse momento se fazem... acabam mortos como vãs intenções repetidas.
Trata-se de algo diferente da transformação a que a religião apela. Veja-se a Pascoa Cristã. Ela é uma mudança, aprofundada, matura, meditada em jejum na Quaresma. Existe uma via-sacra pessoal, que hoje poucos mantêm (Recomendo as "Meditation pour la Careme" de Charpentier, recentemente editadas pela alpha). Também é certo que provavelmente em jejum e abstinência torna-se difícil fugir de um mero pensamento asceta, mas…
Existem mais exemplos desta passagem para um Homem novo, a recriação do mundo do tempo cíclico (Durkheim). Essa transformação levou por exemplo à morte do capitão Cook como Deus Lono sacrificado (Sahlins 1987).
A cada transformação temos assim a celebração da vida pela morte ("O Rei morreu! Viva o Rei!"), a contradição que permite a afirmação.

Este post não anuncia uma morte, nem uma ressurreição. Anuncia de qualquer modo o nascimento de algo novo (uma Natividade). Passem pois pelo novo blog Trans-ferir, um projecto conjunto com o Vìtor Oliveira Jorge.

O Gundisalvus continua. Já pensei muitas vezes em encerrar este blog, mas ele tem sempre singrado e no final acabou por se tornar verdadeiramente naquilo que um blog deve ser. O Gundisalvus é um espaço pessoal onde sobretudo eu vejo um caminho e reconheço uma série de momentos da minha vida. O íntimo e o pessoal estão invisíveis perante uma máscara de aparente transparência. Sempre achei interessante como o crítico pensa ter entrado na intimidade do autor ("A vida e a obra de..."). Contudo a intimidade existe em último análise no próprio e naquilo que ele assente partilhar. A intimidade roubada é no fundo a intimidade violada, permanecendo intimidade no próprio e sendo apenas roubo e exposição para os outros. Quando ela é exposta publicamente por vontade de Ego torna-se publi -cidade.
Aqui num cantinho da Internet não reside a intimidade. O Gundisalvus é apenas um mero caderno de apontamentos público, um Web-log. Vejo-o como uma espécie de data-log da Enterprise que abre este post.
Ciclicamente:

"Space, the final frontier. These are the voyages of the starship Enterprise. Its five-year mission: To explore strange new worlds. To seek out new life and new civilizations. To boldly go where no man has gone before."
Star Trek (retirado de WIkipedia)